Doença apareceu recentemente e vem avançando. Nesta safra, problema vai diminuir bastante a produção do estado.
A doença de oídio, causada por um fungo de mesmo nome, acaba com o caju. A doença apareceu o ano passado sem causar muito prejuízo na propriedade de José Gonzaga, em Beberibe, litoral leste do Ceará, mas este ano, o pomar de 150 hectares foi totalmente atingido.
Quando a doença aparece logo após a floração, ela impede o crescimento da castanha. A parte com maior valor comercial da fruta fica murcha e não tem mercado.
Se a doença aparece com o caju já crescido, afeta o pedúnculo, onde está a polpa. A casca fica cheia de fendas e manchas. No fim do processo, a própria castanha é prejudicada, escurece e perde valor comercial.
O tratamento recomendado pelos técnicos é a pulverização de um composto a base de enxofre, mas os produtores ainda não podem usá-lo, porque falta uma autorização do Ministério da Agricultura. Por enquanto, só é possível aplicar o enxofre puro, mas a substância entope o pulverizador e dificulta a aplicação.
Segundo o Sindicato dos Cajucultores, o Ceará produziu o ano passado apenas 40 mil toneladas de castanha por causa da seca. Este ano, a expectativa era alcançar 120 mil toneladas por conta do bom período chuvoso em boa parte do estado, mas com a grande incidência do oídio, a previsão caiu pela metade.
Benedito Fernandes tem 13 hectares plantados com cajueiros e não sabe o que fazer com mais um ano de baixa produção. “Sou pequeno produtor rural e vivo da cajucultura. A falta de produção afeta minha situação financeira diretamente”, diz.