(Artigo publicado na Revista Brasileira de Fruticultura. Autores: Isolde Dorothea Kossmann Ferraz1; Adriano Amir Didonet2)
O tucumanzeiro é uma palmeira típica da região amazônica e pertence ao gênero Astrocaryum. Embora a maioria das espécies deste gênero possa ser utilizada pelos humanos, apenas algumas têm potencial econômico promissor e importância significativa no comércio regional. Dentre essas, destaca-se o Tucumã-do-Amazonas (Astrocaryum aculeatum G. Mey), com uso tradicional diversificado. Especialmente seu fruto é muito apreciado na culinária regional, devido à sua polpa com sabor típico (lembrando nozes e castanhas frescas), rico em calorias, vitaminas e minerais.
Tucumã in natura ou a polpa beneficiada manualmente pode ser facilmente encontrada nos mercados municipais, feiras livres e com vendedores ambulantes nas ruas de Manaus. Entre os produtos regionais vendidos nesses espaços, o tucumã apresenta tradicionalmente o maior valor. Seu preço é tão elevado que um quilograma da polpa chega a custar quatro vezes mais do que o quilograma do tambaqui, um dos peixes mais caros localmente. O curto tempo de prateleira e o baixo rendimento de polpa por fruto são os principais aspectos que contribuem com o elevado custo da polpa.
Considerando-se a quantidade mensal comercializada, esta palmeira tem uma contribuição econômica importante, com tendência crescente na capital do Amazonas. Muitos frutos provêm ainda do extrativismo e não de plantações comerciais. Frequentemente, frutos de baixa qualidade chegam ao mercado misturados aos de qualidade superior. Para superar a variação sazonal na oferta, vários municípios da região, com distância de até 1.000 quilômetros, abastecem o mercado de Manaus. Desta forma, o tucumã-do-amazonas ainda se encontra em estágio de semidomesticação.
Esta palmeira necessita de maior investimento para aumentar a produção de frutas de alta qualidade, reduzir os gargalos de transporte de longa distância, bem como o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes para a extração da polpa e seu armazenamento.
1Dra. Pesquisadora do INPA/CBIO, Manaus-AM. 2MSc. Em Ciências de Florestas Tropicais – INPA, Manaus- AM.
Para ler na íntegra o trabalho publicado na Revista Brasileira de Fruticultura, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-29452014000200002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt