“Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”. O tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) não poderia estar mais em sintonia com o trabalho desenvolvido pela Embrapa Agroindústria Tropical. Para tanto, a Unidade levará à Feira do Conhecimento 2019 uma amostra das potencialidades da agricultura tropical. São tecnologias que, além de agregar valor à biodiversidade, destinam-se a fins que vão além simplesmente da alimentação.
Os compostos voláteis servem como base para o desenvolvimento de diversos produtos. Presentes em abundância na natureza, sua identificação e coleta, no entanto, exigem muito esforço. O método criado por pesquisadores da Embrapa permite a captura de aromas sem causar danos à planta e sem que ela seja retirada de seu local de origem. O equipamento estará em exposição no estande.
Fruto característico do Brasil, o caju apresenta múltiplos usos. O aproveitamento integral tanto da castanha quando do pseudofruto permite maior ganho de renda além de contribuição para um processo de produção mais sustentável. São exemplos disso a cajuína em lata, permitindo que o suco clarificado do caju atinja novos mercados, e o hambúrguer de caju, opção vegana para um dos alimentos mais consumidos no mundo.
A Pesquisa nutracêutica com foco em bebidas funcionais possibilita a presença dos frutos tropicais em um mercado que movimenta R$ 8 bilhões só no Brasil. O concentrado de yacon com suco de caju, bebida com propriedades funcionais, e a fibra de caju, com efeitos comprovados na redução de taxas de glicose, são ótimos exemplos de que o alimento do futuro deverá ir além da mera nutrição, proporcionado efeitos significativos na saúde dos consumidores.
O estande contará ainda com clones de micropropagação, que permitem a reprodução rápida de plantas com características superiores, e variedades de cactáceas, representando a rica biodiversidade do semiárido além de ser objeto de interesse no mundo da decoração e do urbanismo. A coleta, caracterização e conservação de espécies nativas brasileiras têm como objetivos a preservação e o uso mais sustentável dos recursos naturais.
Sobre a bioeconomia
Vivemos um momento em que o mundo se volta para a construção de um mercado mais sustentável frente ao crescimento populacional, à urbanização, às mudanças climáticas e à segurança alimentar. A bioeconomia pode ser definida como uma economia em que os pilares básicos de produção, como materiais, químicos e energia, são derivados de recursos biológicos renováveis.
Nessa “nova” economia, a transformação da biomassa possui papel central na produção de alimentos, fármacos, fibras, produtos industriais e energia. Diante desses desafios, a Embrapa atua no desenvolvimento tecnológico de processos, produtos e serviços que agreguem valor à nossa biodiversidade com o menor impacto possível ao meio ambiente. Em maior ou menor escala, os produtos expostos no estande capturam o espírito dos novos tempos, de uma nova economia e de uma nova sociedade.