Nome científico: Eugenia uniflora L.
Nomes populares: Pitanga, pitanguinha, pitanga-preta, pitanga-anã, pitanga-vermelha, pitanga-do-mato.
Família botânica: Myrtaceae
Distribuição geográfica e habitat: é nativa desde o centro do Brasil até o norte da Argentina, embora atualmente esteja muito bem distribuída tanto em território nacional como em várias partes do mundo. No Brasil, é característica da Floresta Estacional Semidecidual e Restingas, desde 5 metros, no Litoral da Região Sul, até 1.650 metros de altitude no estado de São Paulo.
É uma árvore ou arbusto denso, com 2 a 15 m de altura, com copa arredondada, de até 6 m de diâmetro. Tem um sistema radicular bem desenvolvido.
Flores: são hermafroditas, solitárias, ou fasciculadas, em número de 4 a 8, ocorrem nas axilares das brácteas sobre a base dos ramos jovens ou do ano.
Fruto: é do tipo baga, globoso, deprimido nos polos, com 7 a 10 sulcos, no sentido longitudinal, medindo 1,75 cm de diâmetro, 1,40 cm de altura, pesa entre 3 e 4,8 g, de cor vermelha quando maduro; a polpa e a casca são avermelhadas, ambas comestíveis, doces, mas com alguma acidez, perfazem 74 a 88% do peso do fruto. .
Clima e solo: pode ser encontrada em temperaturas entre 8,2 a 27,3°C, com chuvas uniformemente distribuídas na Região Sul e periódicas, nas demais regiões. O regime de precipitação pluvial média anual pode ocorrer desde 770 mm no Estado do Rio de Janeiro, a 2.500 mm em Pernambuco. Adapta-se a climas tropical e subtropical e toleram bem geadas fracas. Ocorre em solos úmidos e em solos aluviais.
É consumida geralmente ao natural, seu sabor é doce, ácido, pungente e com aroma muito característico. É utilizada para fazer licores, cachaças aromatizadas, geleias e vinhos. No entanto, é crescente a produção industrial de polpas, sucos e picolés preparados à base de pitanga.
O fruto é perecível e deve ser colhido com cuidado e embalado em caixas pequenas, devendo ser conservado em refrigeração, pela sua perecibilidade, mas conserva bom valor nutricional e tem boa aceitação.
É fruta indicada também para pomares caseiros, para coleta e utilização imediata, além dos usos já comentados.
A Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária mantém uma grande coleção de pitangas, com cerca de 120 tipos, e tem selecionado variedades melhores, com rendimento de polpa acima de 85%, sólidos solúveis totais de cerca de 8 a 9% e acidez de 1,7 % de ácido cítrico. A fruta tem valor medicinal, assim como as folhas.
Além de suas qualidades como frutífera, a pitangueira é decorativa. Seu caule tortuoso e os galhos intensamente ramificados, com folhas miúdas, chamam a atenção, sendo muito apreciados em jardins residenciais. É recomendada em plantios destinados à recuperação de áreas degradadas, especialmente ao redor de represas por atrais a avifauna.
Fotos: Prof. Dr. Luiz Carlos Donadio
Vitaminas – Tem de 220 a 650 UI de vitamina A; 30 mcg de tiamina (B1); 60 mcg de riboflavina (B2); 0,3 mg de niacina (B3); e 14 a 22 mg ou mais de ácido ascórbico.
Minerais – fósforo – 11 mg; cálcio – 9-18 mg; ferro – 0,2 mg.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
Embora ainda pouco explorada comercialmente no Brasil, a pitangueira reúne em seus pequenos frutos avermelhados inúmeras qualidades que os colocam como os mais apreciados entre os seus consumidores. Utilizada, preferencialmente, na elaboração de sucos, a pitanga também é industrializada na forma de sorvetes, geleias, suco concentrado e polpa congelada. De cor atrativa, sabor e aroma exóticos, a pitanga se destaca pelo alto teor de vitamina A e baixo valor calórico.
A vitamina A, também chamada de retinol, exerce ação protetora na pele e mucosas, além de papel essencial na função da retina e da capacidade funcional dos órgãos da reprodução.
Os teores de compostos fenólicos e carotenoides encontrados na polpa do fruto da pitanga são bastante significativos; sendo estes em maiores valores na pitanga-roxa do que na tradicional pitanga-vermelha. Estes compostos possuem propriedades antioxidantes, que podem estar relacionadas com o retardamento do envelhecimento celular.
Dr. ILDO ELIEZER LEDERMAN, pesquisador do IPA, PE.