CLIMA EXTREMO AFETA VITIVINICULTURA
Em artigo recente (10/10/2023) publicado na Folha de S.Paulo, Patrícia Cohen relata que as mudanças climáticas afetam a vinicultura na região de Provence, na França. Cita que a indústria vinícola global tem um valor de cerca de 1,7 trilhões de reais, e que esse patrimônio corre riscos com as “mudanças de sabores de variedades centenárias que estão sendo alterados devido às temperaturas elevadas, pouca chuva, geadas repentinas e episódios imprevisíveis de clima extremo.
O verão infernal foi o mais recente lembrete da urgência com que a indústria global do vinho é forçada a se adaptar.” A autora cita também que muitas regiões, como as da Europa, China, norte da África e Oriente Médio, sofreram recordes de temperatura ou enchentes de proporções elevadas, causando danos severos. As videiras são algumas das culturas mais sensíveis ao clima, e na Argentina e Austrália os efeitos já são sentidos. A Europa seria o mais prejudicado, pois abriga 5 dos 10 países mais importantes na produção de vinho do mundo. Nessa região, os efeitos têm sido a brotação de gemas, maturação e colheita antecipadas. Resulta em uvas menores, vinhos mais doces, maior teor alcoólico, que contrasta com o que buscam os consumidores, que preferem vinhos mais leves, mais ácidos e frescos, e com menos álcool. A falta de água é outro problema, e talvez o maior problema, os efeitos do sol , o que tem mudado algumas técnicas de cultivo, como o sistema de sustentação das videiras, a cobertura do solo e melhoria para ter-se abelhas para a polinização, com variedades de plantas que fornecem condições para atrair abelhas. Os produtores da região acham que pesquisas devem ser feitas para enfrentar as novas condições climáticas, embora a região vinícola da França tenha normas rígidas para denominar a origem do vinho, o que pode limitar o uso de variedades e tecnologias de produção do vinho.