Nomes científicos: Physallis pubescens L. e Physallis peruviana
Nomes populares: physalis, camapu, balãozinho, joá-de-capote, bucho-de-rã, juá-de-capote; uchuva, tomatillo, em espanhol; downy ground-cherry, husk-tomato, strawberry tomato, em inglês.
Família botânica: Solanaceae
Distribuição geográfica e habitat: há várias espécies, sendo a P. peruviana e a P. pubenscens L as mais importantes comercialmente. Essas espécies são nativas da América, da região subtropical da Amazônia e dos países andinos. Outras espécies são nativas no Brasil. Ocorre no leste dos Estados Unidos e nas Américas Central e do Sul. Espécie ruderal, ocorre também na Floresta Ombrófila Densa e na Floresta Estacional Decidual e Semidecidual.
É uma herbácea anual, com caule anguloso, coberto de tricomas simples e/ou tricomas glandulares; tricomas patentes nos ramos jovens, pecíolos e nervuras. Folhas: pubescentes, cobertas de tricomas simples e glandulares. Pecíolo com 1,0 a 10 cm de comprimento. Lâmina foliar deltóide, assimétrica, base cordada, obtusa ou truncada, ápice agudo a acuminado e margem dentada, ondulada ou inteira, com 1,5 a 11 cm de comprimento e 1,0 a 9,0 cm de largura. Flores: com pedicelo cilíndrico, pubescente, com 0,3 a 1,2 cm de comprimento, 12 cm de diâmetro em média, conformadas por 5 pétalas, 5 sépalas, 5 estames, coroa com filamentos abundantes e um pistilo com 3 estigmas. Frutos: baga globosa, amarela ou alaranjada, pequena, com cerca de 2,5 a 3 cm de diâmetro, 6 a 12 g, com muitas sementes pequenas e comestíveis, polpa suculenta e doce e cálice envolvendo o fruto, de cor palha, que lhe dá seu aspecto típico.
Clima e solo: geralmente é encontrada em locais úmidos, como clareiras e bordas de mata. Pode ser cultivada desde o nível do mar até 1.200 m de altitude. Prefere solo rico em matéria orgânica, poroso e bem drenado. Pode ser cultivada em solos argilosos, arenosos, de terra vermelha. Aprecia ser irrigada a cada 2 dias.
Os frutos são consumidos in natura e são muito apreciados. Têm sabor um pouco mais forte que o do tomate, porém são saborosos. São utilizados principalmente em molhos picantes, mas podem ser transformados em sucos ou geleias. São ricos em vitaminas A e C, ferro e fósforo, sendo muito utilizados na medicina popular. A planta tem valor ornamental, podendo ser cultivada em vasos.
O nome Physalis provém do grego “Physa”, que significa bolha ou bexiga, fazendo referência a seu cálice inflado. É polinizada por abelhas. A dispersão é zoocórica. Sua produção comercial no Brasil é pequena, mas em outros países é importante, como na Colômbia, que exporta frutos ao Brasil. Na África do Sul, há outra espécie que recebe o nome de cape gooseberry. Na China, também ocorre, e é chamada de chinese lantern.
Riscos da planta: há uma planta daninha ocorrente em beira de estradas e terrenos baldios, não tão comum quanto a Physalis peruviana.
Fonte: Dicionário das Frutas, Luiz Carlos Donadio.
Vitaminas – Vitamina C – 20 mg; B2 – 017 mg, B3 – 0,8 mg; vitamina A -1730 UI.
Minerais – Ferro – 1,7 mg; cálcio – 0,9 mg; fósforo – 21 mg.
A physalis ou camapu tem bom valor nutricional, contendo criptoxantina, flavonoides, carotenoides e fenóis. Além de seu consumo ao natural, pode ser usada para se fazer geleias, pelo seu conteúdo de pectina e seu sabor, além de aperitivos. A geleia tem, em média, 69oBrix, 0,96% de ácido cítrico, 1,25% de proteínas e pH de 3,60.
O fruto demora cerca de 120 a 130 dias da florada à colheita. Pode ser armazenado a temperatura de 2 a 4oC e conservado por até 40-90 dias, com e sem o cálice, respectivamente.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
Fruta indígena, nascida na região da Amazônia brasileira, e conhecida popularmente como camapu, a physalis é amarela, pequena e delicada. O sabor da fruta é adocicado e um pouco cítrico. É rica em vitaminas A e C, fósforo e ferro, além de alcaloides e flavonoides. Usada na culinária e dotada de componentes que beneficiam a saúde, a fruta é considerada uma ótima alternativa de plantio, que pode render lucros ao pequeno e médio produtor. Seu comércio é bastante explorado na Colômbia, um dos locais apontados como sendo de origem da fruteira. De ciclo rápido e rústico, pode ser plantada em qualquer época do ano e se adapta bem ao clima quente, embora tenha tolerância a ambientes frios. Mas a planta não gosta de excesso de umidade e é vulnerável a doenças fúngicas. Curiosidades – A physalis também é utilizada como tira-gosto em degustações de vinho. Em Paris, é servida em restaurantes elegantes, coberta com chocolate. (Globo Rural – 28/11/2012)
A physalis se insere no grupo das pequenas frutas. O fruto é uma fonte rica de flavonoides, fitoesteróis e physalinas. Apresenta altos teores de vitaminas A, B, C, ácidos graxos, aminoácidos essenciais, lipídios e compostos bioativos considerados funcionais. Estudos científicos comprovam os efeitos da P. peruviana e da P. angulata como anti-inflamatório, analgésico, antirreumático e anticarcinogênico. Os componentes dos extratos, bem como as moléculas isoladas da planta e dos frutos das duas espécies, são estudados como alternativa para melhorar a qualidade de vida dos portadores do mal de Parkinson e de outras doenças como a leishmaniose, hepatite e malária. A physalina atua no sistema imunológico humano, evitando a rejeição de órgãos transplantados e pode demonstrar eficácia terapêutica em desordens inflamatórias da pele. A physalis reduz os níveis de colesterol e diabetes, previne desordens cardiovasculares, doenças do coração, aterosclerose e hipertensão. O chá de physalis, utilizado em banhos, é recomendado para amenizar os sintomas do reumatismo, e na forma de uso oral é indicado para males do fígado. Atualmente, o cultivo de physalis ainda é pouco explorado, sendo que produtores dos estados de SC, RS, PR e MG vêm acreditando na atividade. (JANAÍNA MUNIZ, AIKE ANNELIESE KRETZSCHMAR, LEO RUFATO. Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC/CAV – Lages-SC).