BOLETIM 12 – AGROFLORESTAS PRODUTIVAS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Autor: Antônio Marchiori – Engenheiro Agrônomo, Dr. – Terra Amiga: Agronomia e Sustentabilidade – Conselheiro da Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais – SBSAF
Mudanças climáticas têm sido observadas em função do aumento de gases responsáveis pelo efeito estufa da atmosfera terrestre, em especial o dióxido de carbono (CO2), o que pode ter sérias consequências para a vida no planeta. Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), a principal fonte geradora desses gases é o uso de fontes não renováveis de energia, principalmente no hemisfério norte.
O assunto tem grande importância porque, considerado o ritmo de crescimento da população mundial e os padrões de consumo de alguns países considerados “desenvolvidos”, caminhamos para o colapso da oferta dos recursos naturais, com reflexos já observados nas mudanças do clima. De forma contraditória e paradoxal, temos no mundo níveis de pobreza e de fome inaceitáveis.
Variações climáticas são naturais, porém as mudanças na atmosfera sugerem uma maior ocorrência de eventos extremos. Populações rurais e urbanas, recursos naturais e os sistemas de produção agropecuária são afetados não só pela quantidade de chuvas, mas também pela sua distribuição. Como atender a uma demanda crescente por alimentos com um sistema de produção agropecuária que respeite os recursos naturais e possa atenuar as mudanças climáticas?
Para reverter o quadro atual, o incentivo às práticas sustentáveis de uso da terra deve ser complementar às estratégias voltadas para a minimização das formas não renováveis de energia. Para reduzir os gases do efeito estufa na atmosfera é preciso diminuir as emissões a partir de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL), como, por exemplo, a gradual mudança da matriz energética, a mudança de hábitos de consumo e novas formas de uso e ocupação do solo (conservação pelo uso). Entre estes mecanismos podemos destacar: 1) investimentos em fontes renováveis de energia; 2) melhorias das formas de uso do solo, desestimulando o desmatamento e incentivando práticas agrícolas sustentáveis, como os sistemas agroflorestais.
LEIA NA ÍNTEGRA: Boletim 12-2024 Mudanças climaticas.docx