Nome científico: Pyrus spp
Nome popular: Pera
Família botânica: Rosaceae
Características gerais: Há diversas espécies nativas da Europa (P. communis L) e Ásia (P. pyrifolia) e outras originárias da China. Seus híbridos, todos com variedades cultivadas, são a base da cultura comercial, mas a maior parte da pera consumida no país é importada da Argentina, do Chile, de Portugal e outros países. Em 2009, a produção mundial foi de mais de 21 milhões de toneladas, sendo a China o principal produtor, com cerca de 64% da produção mundial, seguida por Estados Unidos, Itália, Argentina e Coreia do Sul. No Brasil, apenas os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul cultivam variedades melhoradas de peras orientais. Algumas variedades adaptadas ao nosso país foram obtidas pelo Instituto Agronômico de Campinas e pela Embrapa, mas são ainda pouco cultivadas. A pera-japonesa tem ampliado seu cultivo. A pera asiática, variedade Honsui, é de introdução recente e já aparece no mercado, com menor aceitação, tem um fruto grande, de até 500 g.
A pera é uma fruta muito consumida ao natural, mas usada também na culinária e em doces em calda e outros, tais como néctar, suco, sorvete e iogurte. No mercado brasileiro, predominam as variedades Williams e Rocha, esta importada de Portugal. Outras também são importadas, o que dá o fornecimento da fruta durante o ano todo, embora sempre conservada a frio, o que pode levar a perdas quando colocada na banca sem refrigeração, sendo comum o escurecimento interno, que inviabiliza ou prejudica seu consumo. A pera nacional é comercializada de janeiro a abril, e a importada durante todo o ano, mas com maior oferta entre fevereiro e setembro.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.
A variedade Williams é uma das mais consumidas e tem, em média, 83 kcal; 0,6 g de proteínas; 0,1 g de gordura; zero de colesterol; 14 g de carboidratos; 3 g de fibras; além de vários ácidos, tais como nicotínico, pantotênico, málico, oxálico e cítrico, este com até 240 mg/100 g de polpa.
Minerais – Rica em potássio, com 102-169 mg; seguido pelo fósforo, com apenas 12 mg; cálcio – 8 mg; magnésio – 6-8 mg; ferro – 0,1-0,3 mg.
Vitaminas – Tem 35 UI de vitamina A; 40 mcg de tiamina (B1); 20 mcg de riboflavina (B2); 0,15 mg de niacina (B3); e baixo nível de vitamina C.
A pera contém 30% mais potássio do que a maçã, elemento essencial para manter o batimento cardíaco, e outros efeitos medicinais. Uma pera média, com cerca de 160 g, pode fornecer 11% das necessidades de ácido ascórbico; até 2,3 g de fibras brutas; 4,5 g de fibras dietéticas; com 41% de pectinas.
Os carboidratos representam cerca de 98% das fontes de energia provida por uma pera, que é uma fonte rápida de energia, pelos seus monossacarídeos frutose e glicose.
A pera é a fruta fresca importada em maior quantidade pelo Brasil. De 2001 a 2005, foram importadas, em média, 90.296,7 toneladas e gastos US$ 41.235,4 mil. Esses valores significaram, respectivamente, 38,4% da quantidade total de frutas importadas e 26,2% do valor pago (FIORAVANÇO, 2007).
No entanto, a cultura da pereira tem grande potencial de expansão, principalmente no sul do Brasil, podendo aproveitar a infraestrutura de processamento e armazenagem das frutas já instaladas para a cultura da macieira, o que é feito nos países tradicionalmente produtores (EMPASC/EMATER, 1988).
Os pomares brasileiros de pera, ainda são, em sua maioria, do tipo caseiro, formados por cultivares de baixa qualidade, como ‘Smith’, ‘Garber’, ‘Kieffer’, ‘Leconte’, e outras conhecidas como “peras d’água”, e com o mínimo de tecnologia empregada (RIBEIRO et al., 1991, FAORO, 1999).
Nos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, existem alguns produtores cultivando peras orientais, tais como ‘Okusankichi’, ‘Kosui’, ‘Ya Li’, ‘Hakucho’, ‘Hosui’, ‘Nijisseiki’. Pomares comerciais, em maior escala, estão começando a ser implantados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, principalmente com cultivares europeias de boa qualidade (Prof. Dr. RENATO VASCONCELOS BOTELHO, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, PR; Dr. SÉRGIO RUFFO ROBERTO, Universidade Estadual de Londrina, PR).