(Notícia veiculada no site Inovação Tecnológica – 13/10/2016)
Alguns países demonstram que a tecnologia pode ajudá-los a não se tornarem tão dependentes da importação de produtos primários. A Austrália, por exemplo, está literalmente cultivando tomates no deserto. Em vez de desmatamentos e práticas extensivas, a fazenda australiana transformou uma área de deserto em um espaço com aspecto futurista, onde energia solar e dessalinização da água do mar fornecem os principais insumos necessários para uma agricultura de alta tecnologia. Sem poluir, aproveitando uma área que a maioria consideraria inaproveitável e usando fontes renováveis e energia limpa, a fazenda deverá produzir 17 mil toneladas de tomate neste ano. Será que algo similar não poderia ser feito no semi-árido brasileiro?
A fazenda dispensa totalmente o uso de agrotóxicos e combustíveis fósseis (Foto: Sundrop Farm/Divulgação)
Como plantar no deserto
A água do mar é bombeada por 2 km até a área de 20 hectares da fazenda, que, na verdade, é um conjunto de estufas. Uma usina de dessalinização alimentada por energia solar remove o sal da água, deixando-a perfeita para irrigação. Não há necessidade de pesticidas, já que a água do mar limpa e esteriliza o ar, e as plantas crescem em cascas de coco, e não em solo, evitando outros riscos de contaminação.
A eletricidade necessária é gerada por uma usina termossolar, na qual 23 mil espelhos (células fotovoltaicas) captam a energia solar, que é transferida até o topo de uma torre de 115 m de altura, onde o calor produz vapor suficiente para gerar até 39 megawatts-hora de eletricidade.
A empresa responsável pelo projeto, a Sundrop Farm, já tem planos para instalar outra fazenda high-tech na Austrália, além de uma em Portugal e outra nos EUA.